Clamor
Às vezes meu corpo clama por poesia.
Passo dias, semanas, meses, sem beber desta fonte.
Mas aí num belo dia, ou num triste dia, tudo inunda.
E ela se faz necessária novamente.
E eu volto a procurar pelos meus livros do Pessoa, do Drummond, do Vinícius.
Que estavam esquecidos no fundo da estante.
O poema é o único gênero textual que se entranha em mim.
Todos os outros vêm e vão.
O poema não.
O poema pode até ir, mas ele volta.
Muito mais forte do que era no momento da partida.
A poesia faz com que eu sinta algo novamente,
E do sentir, eu não abro mão.