Febril
Vou tirar um poema da cartola
Seja à força ou estupro
Seja pela vaidade de recostar no travesseiro
E lembrar que neste dia fiz um poema
Não me importo como ele seja
Feio bonito, Rimado, branco, Concreto
Tenha eu este filho a cesariana
Muita dor, muita raiva
Não me importa,
Preciso de um poema para agora
Que enriqueça-me com seu odor.
Não saio,
Não como, não fumo,
Que me venha um poema,
De onde estiver,
Dormente,
Preguiçoso,
Que venha me salvar da avalanche lenta do sono.