Febril

Vou tirar um poema da cartola

Seja à força ou estupro

Seja pela vaidade de recostar no travesseiro

E lembrar que neste dia fiz um poema

Não me importo como ele seja

Feio bonito, Rimado, branco, Concreto

Tenha eu este filho a cesariana

Muita dor, muita raiva

Não me importa,

Preciso de um poema para agora

Que enriqueça-me com seu odor.

Não saio,

Não como, não fumo,

Que me venha um poema,

De onde estiver,

Dormente,

Preguiçoso,

Que venha me salvar da avalanche lenta do sono.

Toya Libânio
Enviado por Toya Libânio em 18/01/2019
Código do texto: T6553603
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