Adeus, flor
No verão choveu torrencialmente,
O sol se escondia e confundia toda gente,
O jardineiro desaprendeu a podar,
Adeus, flor.
O lençol cinza que forrava o céu foi trocado,
O sol brilha sem que tenhamos controle,
A primavera não faz mais sentido,
Não há flor.
Todos precisamos seguir o curso da vida,
Mas fica difícil quando se parte a quem se ama,
Atravessar para o lado de lá, dói,
Adeus, flor.
A chuva paira sobre alguns universos,
Mas a matemática desaprendeu o infinito,
E nós não sabemos dizer adeus,
Vai com Deus, flor.
Nessa selva injusta que é viver,
É preciso amar sem sofrer,
Mas amor assim, sem doer...
Adeus, flor...
Esperamos a próxima estação,
Não haverá flor,
Haverá apenas dor
Cuida de nós, flor.