Adeus, flor

No verão choveu torrencialmente,

O sol se escondia e confundia toda gente,

O jardineiro desaprendeu a podar,

Adeus, flor.

O lençol cinza que forrava o céu foi trocado,

O sol brilha sem que tenhamos controle,

A primavera não faz mais sentido,

Não há flor.

Todos precisamos seguir o curso da vida,

Mas fica difícil quando se parte a quem se ama,

Atravessar para o lado de lá, dói,

Adeus, flor.

A chuva paira sobre alguns universos,

Mas a matemática desaprendeu o infinito,

E nós não sabemos dizer adeus,

Vai com Deus, flor.

Nessa selva injusta que é viver,

É preciso amar sem sofrer,

Mas amor assim, sem doer...

Adeus, flor...

Esperamos a próxima estação,

Não haverá flor,

Haverá apenas dor

Cuida de nós, flor.

Gilson Azevedo
Enviado por Gilson Azevedo em 13/01/2019
Reeditado em 13/01/2019
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