Amor²
Ele sofria por amar demais,
Bastava uma cordialidade e o amor vinha à mente,
Quem o via, desconfiava do amar,
E fazia o coitado sofrer por sentir.
Via o amor em coisas simples,
No perfume das rosas, num aperto de mãos,
Numa planta - a própria vida -, em coisas acessíveis,
Ele amava, mas as pessoas não o compreendiam, magoavam-no.
De tanto sentir dor, desconfiou do amor,
Encontrou mil razões para desatar de si o sentir,
Mas no jardim havia a beleza de uma flor,
Não era tarde, decidiu partir.
Seguiu com a flor em mãos
Na esperança de forrar o caminho com aroma e pétalas,
Fez-se vento e voou por onde havia guerra,
Plantou a paz, mas permaneceu a sofrer, porque ninguém aprendeu a amar.