SelfAedo: Ode II

A árvore com suas folhas douradas frondosas

Com sua extensão escura, cor da terra negra,

Um cenário cantado, exposição de prosas,

Romance escultural, cor íris alvinegra;

A primeira impressão deixa um ar suspeito,

Difícil escapar disso e de certo efeito;

O que isto significa, sim, arborescência,

Relativo de um símbolo que fala ao corpo,

Desde o seu nascimento, da sua adolescência,

E hoje diante do espelho, não fuja do escopo:

Diga-me o que tu vejas? Está confortável?

Ou se importa com apenas a algo que é notável.

Lembra-se, antes estranho, então foi conhecido

Este encontro consigo mesmo, vero destino.

Nosso corpo e a vida, tudo faz sentido

Se olhar serenamente, e um tanto ferino,

A personalidade é a árvore da vida,

Mas a sabedoria não te será proibida.

Da energia, da matéria, por este universo;

Da evolução, da vida, por todo processo;

Uma pessoa são muitas vidas, verso a verso

Tecendo crescimento de quem está ingresso.

Há o caminho interior, da experiência de ser;

Do buscar, do pensar, do amar e do viver.

Não falo em nenhum deus, a não ser de sua parte,

Se não te considera próprio templo assim,

Nem se preocupe agir, isto aqui é mais que arte -

É melhor transcender o seu ego por mim.

Nessa mutualidade, entrego-me, uma troca

Que faz reconhecer o valor de sua época,

Nem que seja simbólica, ao do coração,

Daí que se tira verbo, ou qualquer parábola;

Ante o significado da decoração,

Talvez para adornar ao que faço a palavra -

Busque pela sua gênese a forma semente.

Jornada de uma flecha que segue crescente

Germinar, pois tem toda potência, e seguir:

Haverá rejeição deveras, mas faz parte…

Mesmo com desafio, ainda que, há de florir.

E se um dia chegar sem ter algum destrate,

Vão alguns admirar-te a sua própria maneira.

Acredito que possa ser o que mais queira.

Ah! Que felicidade é algo florescente,

A quietude da alma - culminante estado -

Silvestre historiadora venha de seu ventre,

Bela mãe natureza; a forragem do prado,

A brisa que suaviza e sonâncias dos rios.

Habitantes de Arcádia, vós sois seus gentios.

Pássaros anunciam com bom alvitre estância

Do tempo que recobre a paisagem airosa,

Com seu garbo gentil, o ar de transumância,

Aos passos que daremos em busca da rosa:

“O supremo saber da música sem som” -

Tudo vai parecer um devaneio tão bom.

Diante do anima mundi, mesmo em solidão,

Será o fruto a colher, o ósculo de Sofia

A triforme - Poesia, o Amor e uma Paixão.

Razão, a própria sizígia, e da sabedoria

Que apresenta de ti a nossa bela flor,

Eis o escudo e florão de todo seu esplendor.

Por fim, uma memória tomou conta aqui.

A face infinitude, dédalo sem fim,

Com ajuda de Mnemosine, mais um rubi

Encontrado naquele secreto jardim.

Muitos são os que procuram com falsos senhores,

Os donos da verdade e jóias - impostores!

A busca é voluntária, quebra-se grilhões

Pra raiar liberdade, um novo horizonte!

Contente mãe gentil verei e seus artesões,

Sejam livres de ímpias falanges afronte.

Já brilhava o Cruzeiro do Sul aos veleiros,

Outras naus, Argonautas, heróis e luzeiros.