CLANDESTINO
Clandestino sim
porque se apossou
de quem não era seu
Contou histórias de convencer
Contou com álibis e clichês
para brilhar e se fazer acreditar
Roubou a cena, assim,
como quem quer ficar impregnado
na memória da platéia
Clandestino
porque invadiu o meu quintal
sem pudor
Trepou em todas as árvores
Provou de todas as frutas e,
sorrateiramente,
no escurecer do dia,
partiu
Levando consigo todas as provas
de que um dia
em mim
existiu.
D.V.
20/10/03
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