CLANDESTINO

Clandestino sim

porque se apossou

de quem não era seu

Contou histórias de convencer

Contou com álibis e clichês

para brilhar e se fazer acreditar

Roubou a cena, assim,

como quem quer ficar impregnado

na memória da platéia

Clandestino

porque invadiu o meu quintal

sem pudor

Trepou em todas as árvores

Provou de todas as frutas e,

sorrateiramente,

no escurecer do dia,

partiu

Levando consigo todas as provas

de que um dia

em mim

existiu.

D.V.

20/10/03

Copyright © 2003 - 2010 Dulce Valverde

All Rights Reserved