LUA ODIOSA

Eu não posso ir lá

e dizer o que me seria possível.

Há uma cadeia marrom de montanhas

Cuspindo o vento doído das tempestades

Retesadas e soltas com súbita rebeldia.

Pressinto o luar atrás delas,

Agourento reflexo de cores esdrúxulas.

Não, eu não posso ir lá,

Porque perdi a escada das palavras,

Minha última carta de salvação.

A parede é alta, pedras afiadas.

Não consigo ultrapassar a frieza distante

De tão dura e fria laje

E aquela lua estranha, odiosa,

Insistente e ladra me mete medo.

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 11/08/2018
Reeditado em 11/08/2018
Código do texto: T6415751
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