O REI DA LATA DE SARDINHA
-- Poema maldito incluído em "Poemas do Adeus"
A massa no cabresto,
A boiada no abatedouro
Servindo ao apetite guloso
De um deus verme, estúpido,
Subserviente, egoico.
Seu orgulho de fecho de ânus
De adorar já umas estátuas mortas
De capital, uma estátua disforme, de plástico,
Isopor, sem face ou nariz humanos.
Apenas eletrodos e chips...
Um falo falso, imaginário, de borracha,
Neo-Neanderthal, Neo-Paleolítico
Sobre um pedestal de gôndola de supermercado
Para ele, só para ele, com seu QI baixíssimo,
Insatisfeito, idiotizado, sem sentimento,
Socar orifício traseiro a dentro.
Desgraçado, ressentidamente mórbido.