O REI DA LATA DE SARDINHA

-- Poema maldito incluído em "Poemas do Adeus"

A massa no cabresto,

A boiada no abatedouro

Servindo ao apetite guloso

De um deus verme, estúpido,

Subserviente, egoico.

Seu orgulho de fecho de ânus

De adorar já umas estátuas mortas

De capital, uma estátua disforme, de plástico,

Isopor, sem face ou nariz humanos.

Apenas eletrodos e chips...

Um falo falso, imaginário, de borracha,

Neo-Neanderthal, Neo-Paleolítico

Sobre um pedestal de gôndola de supermercado

Para ele, só para ele, com seu QI baixíssimo,

Insatisfeito, idiotizado, sem sentimento,

Socar orifício traseiro a dentro.

Desgraçado, ressentidamente mórbido.

Fernando Munhoz
Enviado por Fernando Munhoz em 24/07/2018
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