Queimar

O álcool desce pela minha garganta

Queima, queima, queima até uma lágrima cair

Queima e acende meus sentimentos vazios

Queima e faz fluir líquidos que escorre pelos meus olhos

Cinzas é o que sobra de mim

Tudo tão fraco e fácil de destruir

Boituva não tem uma boa iluminação

Mas mesmo assim quando é noite me deixo levar

Um cigarro na boca meu olhar fixo no horizonte de fim de tarde

Às vezes escuro, ás vezes riscado de azul ou alaranjado

Tudo isso me queima

O vazio se torna um lar

A escuridão meu habitar

O silêncio minhas palavras

O desprezo minha arma

E o álcool ainda queima quando desce pela garganta

É que eu prefiro ser queimado

E que me deixem queimar

Ás vezes preciso me tornar cinzas.

Simplício
Enviado por Simplício em 13/06/2018
Código do texto: T6363521
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