Ratoeira

Consigo perceber quando entrei numa ratoeira.

[Não é nem o polido simbolismo protocolar envolto nele

Que reside meu fascínio.

É na forma como se forma: a anatomia da contração.

Uma tentativa instintiva - e, ah!, falha - de resguardar os dentes.

A compressão dos sulcos dos lábios antecedendo o sol se abrindo

As covas da bochecha. Os vincos ao lado dos olhos

A mecha de cabelo pendendo na têmpora sendo conduzida à orelha

Por dedos com pontas fulvas esmaltadas em tons de verde.]

Só não consigo perceber como sairei dela.

Incubus - Dig

07/06/2018

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 07/06/2018
Código do texto: T6358213
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