Costura Tempo
O tempo entre costuras passa a pontos largos.
A linha cose o pano, ziguezagueia de cabo a rabo.
O tempo se escoa pela agulha, entra na fenda que a linha segura.
Na mão que costura o tempo, a ampulheta não é censura.
Areia desliza o momento, mas o vento não se mensura.
Sussurra na orelha da morena o passa-tempo que ela procura.
Joga ao relento o contra-tempo que o tempo já não se segura.