Costura Tempo

O tempo entre costuras passa a pontos largos.

A linha cose o pano, ziguezagueia de cabo a rabo.

O tempo se escoa pela agulha, entra na fenda que a linha segura.

Na mão que costura o tempo, a ampulheta não é censura.

Areia desliza o momento, mas o vento não se mensura.

Sussurra na orelha da morena o passa-tempo que ela procura.

Joga ao relento o contra-tempo que o tempo já não se segura.

GuahA
Enviado por GuahA em 17/05/2018
Código do texto: T6338950
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