Pisando em flores
Deixei os espinhos perfurarem
As feridas que eu já tinha
Deixei o sangue escorrer
Como se fossem água misturada em tinta
.
Deixei o silêncio gritar
Até os meus ouvidos doerem
Deixei os gritos ecoarem
Deixei até me ensurdecerem
.
Deixei os lábios vazios recitarem
Os versos agora por fim sem razão
Deixei para que ao céu eles voassem
Sem asas, na exaustão
.
Deixei o Nada, tornar-se Tudo
Na minha infinita imaginação
Deixei o verbo em cima do muro
E as poesias espalhadas no chão
.
Deixei tudo num breve "espaço"
Entre, o querer e o saber
Deixei as lágrimas de um peito escasso
Deixei...
Para Aprendiz Eu sempre ser.