Passos

Em cada passo a ponte balança, o pensamento se enrosca...

Em cada lasca de madeira da ponte que balança...

Treme as pernas, insegura ponte que treme a insegurança...

E no corrimão balança a segurança numa trança de corda...

O mar se perde no olhar, sem areia e sem firmamento,...

Um risco no olhar negro azulado noite, molhada chuva escorre...

Pinga o medo que encharca o desespero...

Lágrima de cima, e debaixo um mar de ilhas internas solitárias misturas da natureza chuva das nuvens e pingos de estrelas quer se ver nublada se imagina ser...

Escorrega pelos pés a madeira de joelhos se empresta sua dor...

E no peito brusca madeira crua caia o rosto nos pregos presos de madeira...

Ventos sem lua uivam, gritam num eco amortecido pelo som chuvoso, tempestades e furacões, inundações e diques se rompendo...

E submerso...

Em seu verso...

Em seu grito reverso...

A submissa dor...

Divaga num tempo de amor...

Desperta...

Em terra firma pousando pelos braços, pés descalços e pensamentos livres...

Atordoada a alma com seu olhar ainda falho, meio fechado para si e meio aberto para o mundo...

Uma sombra incandescente se distancia calmamente encima de si...

Asa aberta acha-se...

Sem ponte...

Flutua na realidade sua...

Esticando-se na vida...

CARLLUS ARCHELLAUS
Enviado por CARLLUS ARCHELLAUS em 10/04/2018
Código do texto: T6304704
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