ODE à DEMOCRACIA, Enquanto Aceno a Tancredo Neves na Despedida

Silêncio. O homem foi embora

a Morte escrevia na porta sua história

com o sangue das gargantas que um dia

urraram em repulsa contra os generais das trevas.

O que será dele tão calmo onde a liberdade é conforto?

Governos sujos! cavaleiros agitaram símbolos de belicismo e imundice

na cara do povo sem bandeira de acreditar

e caídos nos bueiros arrastaram Aquele que Encarnava a Paixão das Mudanças.

Comediantes arrancam cabelos sobre o túmulo das ditaduras.

Quem de nós vestirá as Asas do Anjo sem Meias-Palavras

e puxará a cadeira ao operário?

Crianças brincam sob a voz dele ansiando noite melhor que a miséria.

Réquiem (esculturas barrocas vão limpar o sono de Aleijadinho com notícias de liberdade).

Será que ele está seguro?

Pessoas jogam flores no cadáver - caminhos.

Ele mostrou que o homem simples pode erguer a cabeça

e olhar fixo nos olhos do Príncipe das Trevas, dizendo: "fora!"

Quem de nós sairá das águas desenrolando faixas de emoção penduradas nas entranhas do vento?

Foi estranha a noite. O vento esteve encharcado de vozes gritando notícias de morte.

Pássaros murmuravam dores, pobre sol erguido do sangue dos povos!

Será música a passagem do defunto?

Vamos. O Céu é para frente! Canhões são nossos beijos no seu corpo de mensagem