Animal Cosmopolita

Meu coração boia como um barco a deriva,

Eu já não me sinto sólido, me sinto nebulosa,

Sinto estar sobrevivendo mais do que vivendo,

Preciso me sentir útil, me sentir responsável,

Eu sou um animal cosmopolita;

Detesto horário e funções que me sufocam,

Mas odeio essa jaula que me trancafia,

Faz meus sonhos e vontades enferrujarem,

Boiando nesse oceano sem fim e sem vida,

Sou animal cosmopolitano sem domador;

Meu coração clama por esses prédios e avenidas,

Branda pela gente que não sei se quer o nome,

Não sei de onde vem e para onde vão,

Sinto-me apertado e desconsolado aqui,

Sou um alguém mas quem sem rotina e salário?

[- Tá na hora da Dorothy partir

- ''Três vezes, você sabe]

Me chamam de vagabundo e de malandro,

Como se fosse um rosto sem nada na cabeça,

Mas meus sonhos não se conquistam só com vontade,

Toco minha vida como o violão que não sei,

Porém as melodias simples posso acompanhar;

Sinto que falta 1% para me completar,

E a falta dele machuca mais do que

os outros porcentos podem me fazer esquecê-lo,

Quero o frescor correndo pelo meu sangue jovem,

Tão quente quanto a vontade desse aprendiz,

Sou animal cosmopolita, deem um lugar a fera;

O show pode começar e a fera os talentos mostrar,

Nessa selva de pedra, posso achar meu lugar.

(Data: 02 de Fevereiro de 2018)

Para ler esse e mais outros poemas em meu mais novo livro disponível no aplicativo e site, wattpad: https://www.wattpad.com/story/132998840-feitos-efeitos