SOBRAS DE UM POEMA

SOBRAS DE UM POEMA

rasguei meus versos

e choros voaram

timidamente perversos

rezando poesia

nas sobras do vento

e as ladainhas

desfaziam-se

em contas órfãs

uma e outra

e mais uma

e mais outra

meus pobres versos

caíam secos

nascidos de rosários zombeteiros

rolavam sobre si mesmos

as desenroladas contas tontas

pelas calçadas

sumindo-se nos bueiros

Mirian Cerqueira Leite

Mileite
Enviado por Mileite em 09/02/2018
Código do texto: T6249855
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