Vitrine

Olho as vitrines da minha alma,

E não vejo nenhum sentimento novo á mostra,

Sempre os mesmos desejos, as mesmas inseguranças,

As mesmas melancolias, e tristezas.

Penso...

Quando terei vontade de comprar novos sentimentos,

Coloco as mãos no bolso, e não tenho o animo,

Estou sem animo para as compras.

Tento reagir, mas a solidão me faz parar no meio do caminho,

E volto á pensar nos sentimentos usados e esgarçados pelo tempo,

Eles estão mais brancos e desbotados, de tanto pensar e tentar resgata-los,

Salva-los de mim, pois me sinto longe do que sou, e perto do que não quero ser.

Mas continuo á procura da minha metade, que se foi sem me dizer pra onde,

Atravesso as ruas do futuro olhando para os dois lados, com medo de ser atropelado,

Pelas desventuras de amar, pelos sentimentos egoístas,

Atravesso na faixa do temor, aonde o medo e a desilusão me permite estar seguro.

No outro lado, na calcada da procura, me sinto cansado de andar por este mundo,

Sem a vontade de amar novamente, passo por várias vitrines, que não reconheço,

São sentimentos descartáveis, que não são verdadeiros, e passo por eles com tristeza,

Pois o que guardava comigo consumiu em matérias e não em sentimentos.

Meu cartão de crédito ficou no débito, no vazio...

Estou devendo para meu maior apreço...

Meu coração...

CARLLUS ARCHELLAUS
Enviado por CARLLUS ARCHELLAUS em 09/02/2018
Código do texto: T6249679
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