Amor, amores...
Não foram muitos amores
Mais em poucos fui eu pleno
Intensos foram sabores
Até o fim, lenço e aceno
Não atoa são memórias
Cada qual cedeu-me o verso
Hoje em atual história
Devaneios em teu inverso
E se o tempo regredisse?
Em contrariedade à vida
Já saber o que te disse
Antes que a frase diga...
Amar sem nem conhecer
Ver sem nem viver a vida
Tudo pro fim não doer
Quando houver a despedida
Paixões como poesia
Como a inspiração se vão
São contos e fantasias
Eternos jamais serão
Não proseiam sem falar
Demandam muito esforço
Não sentem se não tocar
Do amor é mero esboço
No peito é descompasso
Não existe sincronia
Não caminham num só passo
Como cede se sacia...
Eu, ranzinza em meia idade!
Achando que muito viveu
Já vivi amor em metade
Gêmeo daqui se perdeu...
O amor do qual vos falo
Se quer tem razão de ser
Ecoa em mero estalo
Ao queimar pode doer
O amor de uma vida
Não envelhece em teu retrato
Emoção sempre contida
Mesmo ao doer sou grato...
Samuka Souza