Escrevo-te

Escrevo-te

A tu que és também

Pseudônimo das minhas mortes

Aprendiz de Pessoa

A morte escreve

Em mim, em ti, em nós

Escrevo-te

Porque não encontro

Dentro e fora de mim

Ninguém outro em que eu creia

Sentir a mim e a morte

Dando-me de beber.

Iludo-me, talvez. Vezenquando

Encho a garganta de perguntas

Mas nada arrisco sobre a precisão

O que sei é do tamanho do que sinto

E desconfio vagar sobre

O que invento para nutrir esse dom...

Doo-me. Doo.

Dou-te a minha palavra.

Escrevo-te para que saibas que da falta

Como na falta da visão aos cegos

Desdobram-me os sentidos. No verso,

Alimento todas as minhas mortes.