INFERNO
Labaredas se aproximam e de repente
o inferno de Dante se instaura.
Manifestando a divina comédia
de homens decreptos em decomposição, sentenciando sua própria morte pra fazer valer alguma "profecia"!
A existência torna-se irrelevante e a segunda guerra mundial começa a desaparecer do script em conotações maquiavélicas, não passando de uma lembrança distante e mera fantasia.
E a profecia, continua, implícita e insolúvel,
no roteiro como uma forma de culpar a Deus ou deuses, pela falha do ensaio místico, cósmico e divino.
Assim, toda crítica de erros e furos não recai sobre os seus ombros, pesando sobre o tronco inerte e o pensamento vulgo e egocêntrico.
Desvalorizando as revoluções, desmaterializando a matéria,
desconstruindo o princípio e
acinzentando as aquarelas.
A revolução dos bichos deixa de ser distópica e simplesmente se converte em torpes modelos de hipocrisia.
Humanos primatas, primando pela falta de originalidade, inventando contos pra explicar a escravidão de sua própria espécie que ascendeu e ficou fora de controle.
Tomando o poder e se alimentando dele como se fosse ambrosia de imortais.
Passo a passo percebe-se aglomerações miseráveis em redoma, gritando em pânico, retumbantes, com medo do
derretimento das geleiras,
e cataclismas sobre o som de sete trombetas.
Inconscientemente dobram os joelhos e de repente acreditam, e temem o tridente de um anjo mal.
Imploram pela salvação e por um novo messias.
E a fé, diante de tanta agonia, com toda a sua piedade...
Reconstroi o cenário,
insere novos personagens,
cria outros dramas e retoma a tomada.
Como se todos os motivos apresentados fossem nada.
Esperançosa de que dessa vez não exista evidências de ameaças que estrague a obra até os créditos finais.
Mas, se bem que se esqueceu um detalhe.
Alguns detalhes!
Roma ficou pra trás...
Awshuitz também ficou pra trás...
E serpentes,
homens,
mulheres
e macieiras...