Lágrimas nos olhos.

Rio, 17.11.2017

Lágrimas nos olhos.

Toda vez que o flagelo

Que te atinge sobrepõe

A força que tu finges

E te faz gemer de dor

A minha alma sangra,

E não há crença ou mantra

Que a impeça de ser

Retalhada em cortes pela

Impotência que me acerta.

O desespero que me afeta,

É uma flexa que quebra

Em mil pedaços os meus

Nervos de aço.

E sinceramente eu já não

Sei mais o que eu faço.

Quisera poder trocar

De lugar contigo, assumir

Teu carma, carregar essa

Tonelada que é a tua cruz,

Mas nada me é possível

Fazer, então eu penso em Jesus,

Eu sei que ele sofreu mais

Que tu e do que eu

um dia irei sofrer,

Mas isso não atenua

A paura de ter ver

Nessa agonia sem remédio.

Desculpa as vezes o meu

Jeito gélido que te exige

Paciência e força,

É só egoísmo pra que

Não se quebre inteiro

Esse meu espiríto de louça.

E agora, como sempre, eu

Preciso ir, mas eu volto meu amor,

obrigado por tudo e perdoa

eu não poder levar comigo a tua dor.

Vou resolver o que posso,

Eu quase que choro,

Enquanto me abençoa

Com teu beijo manso e protetor...

Vou percorrer meus quilômetros,

Vou encarar meus embróglios,

Te deixo um sorriso inglório

E digo que é cisco as minhas

Lágrimas nos olhos.

Clayton marcio