QUEM É VOCÊ?
Quem é você?
Que vive de várias formas,
Tem várias faces,
São variáveis disfarces,
Um dia vem, se acomoda,
Noutro, vai embora,
Some em nuvens onde o vento,
As leva sem qualquer destino,
Sem ao menos um bilhete,
As vezes deixa um ramalhete,
Fica uma frágil esperança,
Talvez eterna herança,
Lembranças fecundadas,
Num tempo acéfalo,
De verdades e mentiras,
As mentiras prevalecem,
E onde tua indomável ira,
Invadia meus contados dias,
Atormentáveis vendavais,
De histórias e hipocrisias,
E tornavam minha vida,
Um antro de demagogia,
Onde me via preso num espelho,
Ao ego do teu reflexo,
Eu ébrio a tua mercê,
Tolo a me perguntar,
De que forma tu voltarias?
Se uma forma de um amor puro,
Ou em carvões queimados
Pelos anos em brasas,
Que atiçou o fogo eterno,
Enquanto tua presença,
Me era cegamente negada,
E arremessada contra os penhascos,
Como águas bravias de um oceano,
Sem controle e sem pudor,
De que serve o meu amor?
Se não sei a forma que você tomou.