NINHO DE SONHOS

O luar entra sorrateiramente e sóbrio,

Pela janela entreaberta e convidativa,

Ela parece estar a tua espera,

Tímida e de um prateado sutil,

Entra para iluminar meus pensamentos,

Infinitos e belos momentos,

Me abraço com ímpeto ao travesseiro,

E ainda sinto teu cheiro avassalador,

O lençol de seda macio como teus lábios,

Atiçam minha imaginação,

E eu nesse ninho de sonhos,

É só o que me resta dos teus restos,

Pois meus soluços são em vãos,

Você está ausente,

Não te sinto e não me sente,

Não tenho mais teu consolo,

Às vezes me sinto um insolente tolo,

Sou órfão dos teus abraços enlouquecidos,

Do teu corpo morno em meu corpo,

Ainda ouço teus gemidos, adormecidos,

Ainda sinto tuas unhas em minhas entranhas,

E teus urros gritantes de prazer,

Depois me faziam docemente adormecer,

Num sono em cansaços indolentes,

Outrora um ninho de intenso clamor,

Hoje apenas um ninho sem teu amor.

Ricardo Nunes de Sales
Enviado por Ricardo Nunes de Sales em 08/12/2017
Reeditado em 08/12/2017
Código do texto: T6193607
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