A ÚLTIMA BOLHA

Eu estou tateando a pele da noite

Perdido nas veredas do acaso

Em busca das últimas gotas de veneno

Para chegar a qualquer paraíso

Quando o sol mostrar a sua fúria

Acordando o mundo de sua preguiça

Colocando ponto no terceiro ato

Da magia que fingimos viver

Não temos força para interrogar

O cão faminto revirando o lixo

Ou ao homem que ficou na calçada

Recolhido como um caracol

Entre os canteiros do jardim do mundo

Não temos alegria para exclamar

Nossos versos recitados em mesa de bar

Após nossos sorrisos etílicos

Sem presta atenção à letra do blues

Ressoando entre as nossas angústias

Desfaz-se agora no fundo do meu corpo

A última bolha de felicidade

Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 02/12/2017
Código do texto: T6188032
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