A mentira que conforta

Na ausência da verdade

O alívio, o conforto

A nova realidade

Fez-se o brinquedo torto

Já passada a cegueira

Sou guiado pela luz

Alma que abismo beira

Cala quem ao salto induz

Paira a verdade ausente

Num pecado capital

Alivia a quem sente

A cura de todo mal

Tempo o supremo rei

A vida do xadrezista

Cria sua própria lei

Arma-se o estrategista

No ato de não pensar

Forte, à tona, real

Ondas de revolto mar

Quebram-se em meu quintal

Foi-se embora toda paz

Sem horário dia ou data

Direta, cruel, voraz

A verdade que maltrata

A mentira que conforta

Tão presente ilusão

Vai-se sem fechar a porta

A verdade, punição.

Samuka Souza
Enviado por Samuka Souza em 16/11/2017
Código do texto: T6173790
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