Morrer de Véspera

cansei de morrer de véspera

espero o final dos tempos

esquestando a alma numa fogueira

embaixo do arco-íris

todos os venenos

circulam nos meus olhos

a última lágrima é uma adaga

afiada no sorriso da deusa

arranco lascas do caos

e faço a lua

que os idiotas cultuam nos sonhos

o analfabetismo dos bruxos

pouco importa aos anjos

e demônios que bebem em serviço

eu vago aonde a maré

grita pelas conchas

a escala do apocalipse

e não tenho medo do castigo

comigo a sanidade morreu

onde o dano é além do perigo

e a tempestade derrubou as estrelas

levando embora quem sonha com abrigo