Diana

(03/11/2017)

Vejo um brilho na janela

Um fulgor em noite escura

Vou lá fora, curioso

Abro a porta, ganho a rua

E me lembro de outro brilho

De uma velha cintilância

Que emanava dos teus olhos

Refletida na tua pele

Em mil tons, caleidoscópio

De suave tessitura

E ai neste momento

Contemplando o firmamento

Tu Diana, eu tua caça

Vou formando tua figura

O teu rosto, os teus braços

O teu corpo, toda nua

E armado como arco

Toma forma nos teus lábios

Um sorriso

Uma flexa

Que dispara a boca tua

E eu ali no descampado

Em profundo devaneio

Agonizo arrebatado

Pois por mais longe que estejas

Sei que estais aqui ao lado

De vigia, sempre atenta

Me cuidando lá da Lua