Sono da morte

 
De onde este sono tão forte?
Será o sono da morte
Ou das mulheres perdidas
No fim das noites de lida?
 
O sono que me maltrata
Não marcou hora nem data.
Tira-me um naco da vida:
Beco escuro, sem saída.
 
Ó sono, abismo profundo,
Queres levar-me do mundo?
Não adiantes minha hora:
Cedo demais pra ir-me embora.
 
Sono das mil e uma noites,
A minha alma não açoites.
Larga-me, deixa-me em paz,
Pois viver eu quero mais.


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N. do A. – Na ilustração, O Sono de Salvador Dali (Espanha – 1904-1989).

João Carlos Hey
Enviado por João Carlos Hey em 29/10/2017
Reeditado em 24/10/2021
Código do texto: T6156043
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