LIQUIDIFICADOR

Os deveres de casa, me fazem,

devedor dos meus fazeres,

... Errante do meu tempo...

Em momentos de espantalho,

que eu faço-os de soslaio...

Em colapso em frangalho

intrépido, quebrando o galho

... Todavia o mesmo talho.

Um varrer de todos os dias

lava, lava que não passa

queima gás panela e lata,

p'ra encher-se com Ave-Maria

ou, nas belas horas das graças.

Na cozinha, quanto tempo!

Demarcando o quadrado

um dançar de sentimentos

um olhar que ao olhar, anda

passos compassos, passado.

Rodo pano escovão

na historia atrás ficou

cinzas pó poeira de chão

flora rios, fauna e ribeirão...

Galgados pelo aspirador.

Na cozinha, política...

liquidificando as nações

ética, derramada as vistas

manobram com arte de artistas

sem respeito de sermões.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 28/10/2017
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