Das janelas do meu ego

Meus olhos vazios mirando o mundo

Pela vista seca de um sol covarde

Me engole e me arde;

Ilumina tudo e não me deixa ser

O mistério do fundo faz não mergulhar

Tateio a vida em horrendos desfechos

Eu percorro trechos;

E então gizo metas sem as alcançar

Meus dedos cansados que não tocam nada

Meu corpo exausto sem predileção

Meus passos tão tortos, minha rota eivada

De vícios dos quais eu não quero abrir mão

Mira meus pés, vê-los disformes!

Sente a vida que se derreteu!

Sinto às vezes a brisa de abril

Mostrando-me o riso que se escondeu

Segurei nas mãos de um anjo de fogo

Queimou-me e partiu; deixou-me sem "eu"

O achei entre asas tão redentoras

Perdi-o achando que já era meu

...

Deixa-me arder em brasa outra vez

Para entender os teus olhos tão raros

Para fitar teu sorriso esperado

Para perder-me em insensatez

Para quedar-me em teu colo-amparo;

Para sentir o mundo todo de vez.

Eduardo G Silva
Enviado por Eduardo G Silva em 14/10/2017
Reeditado em 15/10/2017
Código do texto: T6141995
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