A B I S S A L
Na fria noite as barcas partiam
E dentro delas os homens iam
Animal de duas pernas e hálito de sal
Indo ao encontro do infame
Oh monstro abissal
Como um olho em pleno mar
A madeira indefesa se põe a balançar
Não podia pensar que logo abaixo
Na escuridão de Poseidon
A montanha viva se punha a nadar
Em uma guerra de vontades
D'água se muniam
As ondas e raios da tempestade
Com ira imensurável, esbravejavam
E logo se partiam
Quando se revelaria em frente aos monstros?
Monstros de duas pernas e bafo ácido
Pensava na dor que o causariam
O vermelho de dentro
Pintando o mar de rubis
Oh monstro abissal aqui suplico
Que aceite as incontáveis desculpas
E que quando a natureza tomar sua vingança
Deus nos olhe como cordeiros
Indefesos em meio a um pasto de sal