Golem

Esperei por teus versos ante a multidão sem cânticos.

Habilitei minha essência à inércia de teu corpo adstrito -

Deus por testemunha.

Fiz convenção e rabisquei teu nome

para Ganímedes desabilitar a harpia.

Não pude, não contive a possibilidade de contigo uma esperança abjeta.

(Deus por testemunha!)

E estive disperso - relapso.

Quase passam por mim tuas sovas e afinal trinchei metafísicas ao espírito.

Dormitei esperanças pelo vago-mundo

e não vi o nome-catarse com que à beira desse precipício te empurram vida.

Selecionei o mistério e aprofundei-me aos goles por Crowleys e Vaughans.

Não achei mais que um punhado de panteísmo insincero.

Por fim, ah por fim! - uma nota de pesar pelas esperanças comprometidas.

Sendo o esquisito de São Petersburgo, confino ao peito uma prece e rogo pelo homem que foste, pelo homem que és -

e interponho refúgio ao carinho impromesso.

Guilherme Furtado
Enviado por Guilherme Furtado em 18/09/2017
Código do texto: T6117288
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