DINHEIRO

Tenho dinheiro para comprar uma fruta.

Com algum dinheiro ganharia um combate.

Mas nem mesmo com moedas que se amontoam em alguns punhados,

Evitaria o choro das mães ou a dor de uma culpa.

As páginas do evangelho não ensinam como faturar fortunas,

Nem os lábios de uma puta dirão: amo!

O braço apertado sacia o parente saudoso e distante.

Com mil entendimentos dignos de luz e sabedoria, o louco sairia dos grilhões,

Sem precisar de milhões.

De nada adianta um eunuco milionário e a cruz, seria apenas uma cruz,

Se antes dela não existisse um Cristo a exclamar: - Daí à César o que é de César!

Quantos desejos terá um pote cheio de ouro?

Quantos atalhos ainda a palavra tomará, sem antes

Passar pelo coração?

O poema é uma distância abreviada.

(Alguém me sussurrou o que é belo).

Alexandre Lettner
Enviado por Alexandre Lettner em 17/09/2017
Código do texto: T6116969
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