eu sou preto e sou forte, venho da tribo “sei onde"
eu sou preto e sou forte
venho da tribo “sei onde”
trago os orixás na mão
e no peito rosário santo
fino corte de carne nobre
nossa nova lâmina afiada
consciência que desponta
em sete setas apontadas
do rasgo sobre as feridas
abre-se cura e traz alegria
a pele negra na luz macia
revela no branco o negro
no negro o irmão branco
jorra o sangue vermelho
igual na via-veia aberta
rio da vida, sede vós um
broto intacto da história
homem jarro porcelana
alma, ancestral dinastia
da nobreza o fino recorte
o jorro absorve o impacto
a trança no cabelo é farta
mãos enlaçadas em festa
na celebração da mistura
que nos faz iguais, caldo
nosso viva! nobre cultura
*
*
Baltazar