Rasura
Escrito à mão pelo duvidoso destino
Guardado na inocência de menino
Requerido toda vez para lembrar
Da memória sem papel formalizar
O menino vira homem um dia
Percebendo mais que mera alegria
Que escrever na vida é arriscado
Que fazer com coração rasurado?
Sentimento como folha em branco
De momento sobra o solavanco
No quadro negro da obscura vida
Das negras, densas, fortes, feridas
Não era raso o imprudente querer
Nem era o caso deixar escrever
Tão pouco era, assumir rabiscar
Em autêntico modo ter que apagar