Ca-fé

Ele tentou ligar

As constelações em meu rosto

Com compasso e esquadro

E foi,

no cansaço de seus passos

falsos e insensatos

fazer da poesia, matemática

com a insensibilidade aboletada

naquela alma sem café

naquela alma sem fé

sem força

com meras notas de rodapé

e umas doses de intemperanças

Corre, meu filho!

Corre sem olhar pra trás.

Corre sem mandar teu fiel olheiro

para me vigiar

Corre sem depois me perguntar

se há

Felicidade aqui

Sai deste terreno que não é teu

Saia desta terra que jamais poderia ser tua

E tire os teus olhos insensatos

oblíquos e dissimulados

do céu estrelado

das poesias constelantes

e das constelações poéticas

pintados na cara de quem tem alma de fé

Que grita

"Vamos! Mas, primeiro, um café!"

E segue,

bem fênix

Ca-fé.

Débora Cervelatti Oliveira
Enviado por Débora Cervelatti Oliveira em 22/08/2017
Código do texto: T6091905
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