Escrita! Que fiz para um peso

Escrita! Que fiz para um peso

Tão grande lançar-me tão dura

Na pena? Que fiz eu? Desprezo

Injusto e cruel, minha luta

É honesta e uma chance eu mereço!

Escrita! Sou pouco? A labuta

É pouca? Não valho teu preço?

A rima é sem alma? É bruta?!

Escrita! O talento procuro,

Mas sou caçador só de vento:

Se pego, ele escapa, se junto,

Ele vaza! Tento e retento,

Mas nunca o retenho; e me esmurro!

Sou burro! Sou tolo! Sou lento!

Sou tudo o que é nada: maluco

Poeta sem jeito no intento.

Escrita... Suplico, a magia

Me dês... Eu careço, eu preciso

De um verso escrever... Poesia

Que traga brilhante sentido

Conciso e sem fim, numa rima

Que fará vencer o perdido.

Escrita, o milagre na pena

Desejo, e pra sempre persigo...

Escrita! Por Deus! Por favor!

Eu quero escrever uma linha

Que mostre o perene fulgor

Conciso e sem fim duma vida!

20/8/2017

Malveira Cruz
Enviado por Malveira Cruz em 20/08/2017
Reeditado em 20/08/2017
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