NÃO SOU MOTIVO

Não sou motivo para partir o peito

Não sou pretérito mais que perfeito

Eu sou o grito engasgado que ressoa

Dentro do corpo sem função, à toa

Não sou motivo de chuva de aplausos

Mesmo prosa ninguém ouve os causos

Que conto na recepção do pronto socorro

Ou em ruas que pela noite só eu percorro

Não sou motivo para tanto curativo

Apesar das feridas ainda estou vivo

Quando o contraceptivo é esquecido

O amor frio fica um pouco aquecido

Não sou o sentimento mais inseguro

O seguro de vida não garante futuro

Sou apenas a palavra contra o papel

Meu nome é apenas luzes no painel

Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 20/08/2017
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