Desiludir-se
Ora, do fato concreto já estou farto!
Não quero o amor, palavra abstrata.
Desejo o sublime, o amar.
Mas, como saciar o insaciável,
no imo da egolatria escravagista,
sempre evasiva, sempre egoísta?
Amarrar-me-ei a uma âncora e
lançar-me-ei no fundo do mar.
Taciturno e imerso, até tudo terminar.
Não quero o concreto nem o abstrato.
Os fatos são tenazes, me aborrecem.
Os dias são cinzentos, logo anoitecem.
Padeço de insônia, fadiga mental.
Ora, me cansei de ser um carregador de fardos.
Todavia, sua amizade me é um alento.
Não! O breu oceânico não é a saída.
Por certo nosso futuro é algo incerto,
mas seguimos, pois essa é a nossa vida.
Amigos e leitores: a Editora Palavra É Arte acaba de publicar a 40ª edição da sua coletânea de poesias, na qual tive a satisfação de participar com 12 poemas. Aos interessados em saber mais sobre a obra e o projeto, acessem o WWW.palavraearte.com.br.