POESIA BIPOLAR

Quando estou de mal com o mundo,

As luzes se apagam, desbotam-se as cores,

A alma reclusa sente esparsos tremores,

Acamada no fundo do espaço sem fundo.

Eu vejo o mundo com espanto,

Pavor, preocupação,

Tensão, terror,

Horror, hesitação...

O céu se entristece ao ver o Sol se pôr.

E dos olhos nublados e em pranto

O frio desencanto precipita desolado

Pingos ardentes de lamentos

E de dilacerante dor,

Tornando a vida um jardim alagado.

Desconsola-me a alma ver o mundo assim:

Fanático, caduco,

Trágico, maluco,

Marchando infeliz, dia a dia, para o fim

Na interminável caminhada do tempo.

Assim, entre as trincheiras do perigo,

Faço-me de folha lançada ao vento

Para escapar ileso do mundo perdido.

Quando com o mundo estou de bem,

Visto-me das cores luzentes das flores,

A alma faz-se brilhante e colorida também,

Encimada pelos céus de azulados fulgores.

Eu vejo o mundo através da janela

Que se abre ao cenário da primavera,

Tudo são flores! Divas tão odorantes!

E o frio desencanto fica de lado,

Não resiste à calorosa alegria

Do céu sereno e ensolarado,

Inspirada pelas flagrâncias extasiantes,

Encanto que dá à luz o sorriso da poesia.

Consola-me a alma ver no mundo enfim,

Fantástico, aprazível,

Mágico, inesquecível,

Passeando feliz, dia a dia, no jardim

Decorado de beleza e alumbramento,

Na insondável sede dos sentimentos

Onde pulsa a leveza do coração sensível.

Assim, entre as musas inspiradoras,

Faço-se de estrela no firmamento

Para tornar a vida mais encantadora.

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 20/08/2017
Reeditado em 28/08/2017
Código do texto: T6089537
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