Resignação

Vendo a escuridão banhar minha janela,

tomam conta de meus olhos os seus olhos lindos.

Me vejo entorpecido e deixo-me entorpecer,

para só assim tornar a sentir e só assim tornar a viver.

Não resisto mais teu carma e nem tua frágil fortaleza.

No meu oceano de mágoa, a tristeza fez-se relva,

onde as águas repousam no vórtice,

onde os bichos descansam na selva.

Também descanso eu, alheio, indiferente...

Eu que, de tanto doer,

permito-me adormecer.

Olhos cerrados frente o manto negro de uma noite qualquer,

reviro os relógios de meu coração em busca de uma lembrança sua.

Nem muito espero e já estás nua, sorrindo enquanto eu estremeço,

correndo enquanto eu tropeço, vivendo enquanto eu venero.

Impávida ao teu altar,

sacro e etéreo lugar,

vivo eu por teu traço,

dormirei por teu sonho.

Eduardo G Silva
Enviado por Eduardo G Silva em 19/08/2017
Código do texto: T6088902
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