Veneno
O gosto amargo da amargura da vida
As relações e os fardos que nos abrem ferida
A corrida, a lida, a vinda e ida, a saída!
Ah! A saída! Essa que nos parece utopia
Que se almeja alcançar algum dia.
O gosto amargo da amargura do amor
As relações e encargos que nos enchem de dor
O horror, o odor, o espinho e a flor e qualquer desamor!
Ah! Opor! Quem nos dera fosse fácil assim
Ser contrário às opiniões por um fim.
Quem me dera!
Engolir os sapos venenosos dos nãos
Digerir as perdas que nos escapam às mãos
Discernir os tempos dos quais temos menos
E viver antes de morrer pelos próprios venenos.
Quem nos dera!
Quem nos dará?