FLOR DO UNIVERSO.

FLOR DO UNIVERSO.

A despeito de ser o que sou, deveria ter nascido mulher

Para suportar a dor, compreender com mais exagero

Lutar com ardor em defesa de um filho qualquer

Zelar pela vida que gerou e, chorar com bom tempero

Lagrimas que salpicarão uma esperança inabalável

Na crença de que o humano ainda não é descartável

A beleza de ser o que é! Uma flor, plantada nesse jardim

Chamado universo. Estamos sempre à espera de milagres

A busca de fortuna, de felicidade, de uma lâmpada de Aladim!

Uma legião de homens tão mais ácidos como vinagres

No seu mundo submerso, que se cegam com guerras e vaidades

Permissivo em sua lacuna, aptos para suas enfermidades

Gerentes de seus vazios e amasios de seus valores.

Aquela que se faz sentir pelo olhar e fala com o coração

Que te conforta e te amenizam os espinhos com flores

Que te torna da cólera e te traz à tona, com simples segurar de mão.

A mulher é questão que jamais será estudada pelos sábios

Visto que não se decifra o que não está em seus alfarrábios

O que foi subjugada com singeleza pela soberba da ignorância

É o que traz alento em macas de guerras, em portas de presídios

Que te auxilia a sanar suas feridas sem necessidade de ambulância

E sem riscos alfabetiza teus juízos com todos os subsídios.

Dê-te a oportunidade de conhecer as saias de um mundo menos hostil

E extirpe-te das bainhas maliciosas desse teu desejo vil

Pois as carnes desse modelo é prelúdio de algo extraordinário

É alguma forma de vida sutiã, extraterrestre e sem ciência

É a busca de palavras até então não traduzidas em dicionário

E não adianta tentar mudar de sexo se não há mudança na essência

O passado deixa suas marcas por toda a natureza

E nisso, não há bisturi que transforme o grotesco, em beleza.

Já vi deusas da sabedoria e do erotismo, oráculos femininos

Também como medusa, nome de furacão e burcas da religião

Mas as maiores serpentes de todos os paraísos são masculinos

O sumo do homem, seu orgulho, é ser uma inventiva arma de destruição

Incapaz de parir a vida satisfaz-se na cama como um criador

Mas não há colostro em seu peito,... Para alimentar o amor.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 16/08/2017
Código do texto: T6086141
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.