alma escura

Nos dias ligeiros que parecem bem devagar vou perdendo minha mocidade meus olhos se afundam na olheira escura do medo .

vago por lugares que ninguém nunca viu ou mesmo sonhou ,lugares que ninguém desejou estar , vago por ruínas onde as ruas descamam os pés e me assemelho aos moribundos em uma morte lenta dia após dia.

Ja diz um amigo poeta porque morrer de vez , se pode -se morrer todo dia um pouco .

Ofereço a mim uma oração , e um encontro comigo mesma , ofereço a mim o doce amargor desta vida , ofereço a mim , ofereço a mim ofereço a mim!

A minha ansiedade louca e sem limite insiste em enfrentar meu cansaço é como urubus na carniça cada uma tirando seu taco e arrastando para comer distante um do outro e voltando ao mesmo lugar para rasgar mais a minha carne dolorida e fedida .

O meu delírio vem das sombras altas e negras uma alma encarcerada de emoções e viço , uma alma sedenta e escravizada por sí mesma .
Esmeralda V
Enviado por Esmeralda V em 07/08/2017
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