Era uma vez um rapaz

(19/07/2017)

Era uma vez, há alguns anos atrás

Um rapaz…

Que achava que nunca mais na sua vida

Iria se apaixonar

Um dia eis, de repente

Uma moça apareceu

As coisas fizeram sentido

E quase tudo ia bem

Até que um dia, mais tarde

Começaram a dar muito mal

E aquilo, de coisa boa

De repente teve seu final

O tempo passou um bocado

E dela não ouviu mais falar

Até que um dia do nada

Aquele amor do passado

Começou a dar uns sinais

Aquilo que era só papo

Telefones, contatos verbais

Ganhou um certo volume

Encontros singelos, banais

Viraram coisa mais séria

Festim de prazeres carnais.

Acontece que aquela moçoila

Nem era segredo nem nada

De um outro rapaz, há um tempo,

Era dele agora namorada

A moça dizia ao mocinho:

“Vamos manter o contato

Deixando do jeito que está

Até o dia em que tu

Encontre pessoa querida

E neste momento, então

Segue cada um pro seu lado

Cada um seguindo sua vida”

Mas este trato sagaz

Que bom era só para a moça

Entristecia o rapaz

Pois não era suficiente

Ficar ali na prateleira

Esperando dela a vontade

Ou mesmo oportunidade

De uma pequena viagem

Ou encontro casual

E ele dizia, “Não quero!

Não é mais satisfatório:

Desejo cada vez mais”

Até que um dia, assim

Ataca-o grande depressão

E ele sem rumo, sem prumo

Buscou naquele momento

De forma quase “desperada”

De alguém que se importasse

Uma mão ou ombro de amigo

Alguém que com ele ficasse

Naquele poço profundo

Salvasse-o daquele perigo

Que desse um sentido ao seu mundo

Ajudasse a se levantar

E pensou logo em quem?

Na moça do tempo passado

Aquela que vez não, vez sim

Gostava de estar ao seu lado.

Ligou para ela assim

Que em resposta curta e apressada

Deixou claro, não tava a fim

“É que este fim de semana

Nem mesmo pra uma conversa

É tempo bom para mim”

E neste momento de aflição pura

O rapaz percebeu a verdade mais dura

Que era ele só brinquedo

E nunca, a sua vontade

Nem sua necessidade

Por mais premente que fosse

Teriam maior prioridade

E em atitude ousada

Jogando sal na ferida

Resolveu por fim por um basta

Em toda esta situação

Sumir da vida da moça

Tomar controle da vida

Buscar uma renovação

Duas semanas depois

Uma surpresa maluca

Gostosa e inesperada

Ali, bem na luz do seu dia

Do universo, um presente

Um prêmio pela decisão

Caída do meio do nada

Estava ali, outra moça

Alguém pra chamar “namorada”

Pessoa muito especial

Esperta, bonita, bacana

Com tudo o que se queria

Com todo o essencial

Mas o tempo passou

Como sempre costuma passar

E sem saber da história

A nova moça cismou

Com alguns fantasmas antigos

Criou deles grande problema

Que ele nem ela também

Souberam com eles lidar

Assim, vez mais, sim, de novo

Como já ocorrera, o passado

O que era bom durou pouco

Cada um se foi pro seu lado

Menos romance no mundo

Mais um amor acabado

Eis que algum tempo depois

Esta moça aparece outra vez

Também com o seu namorado

E olhando só pro seu lado

Ela um acordo propõe:

“Sejamos agora amigos

Se der-me tempo infinito

Que eu possa pensar sem pressão

Pra ver como posso chegar

Um dia a uma decisão”.

O resto da história é futuro

Mas nem é preciso talento

Nem grande vidente ouvir

Saber o que há logo a frente

Pra ver o que traz o porvir

Pois esta história afinal

É o conto de um bufão

Por mais que ele tente ou faça

Só cabe a repetição...