Alarmes e surpresas
Às vezes, o sonho pesado como a realidade:
Veículos debatiam arduamente sobre as angústias
Da morte. Alguém se deixava levar por argumentos
E tráfegos. Eu já me divorciara de esperanças azuis
Para me casar com a rotina. Tivemos filhos idênticos
De mesmo nome. Minha cabeça batalhando contra o vidro
Da janela do ônibus. Como um astronauta desesperado
Contemplando a atmosfera de um planeta hostil. Ali, esperando
Apenas para ser cuidado. Um personagem secundário da própria
Auto-biografia. Ou uma paisagem anônima de uma pintura Impressionista, carregando uma tristeza admirável.
Ela me carregava.
Eu permanecia horas semi-olhando o céu sem formas definidas
Para aprender o método de estudos da resignação.
Com as nuvens.
Não havia nenhum futuro possível. Era a primavera
De alguma catástrofe. As crianças, porém, ainda se aconselhavam
Com flores. Estavam em vigília. Mas não eu, não nós.
Que acordávamos
Apenas para continuar dormindo.