É TARDE

outra noite, na solidão

faço planos mirabolantes: utopias.

Não sei se a noite está escura, se há luar...

a lâmpada, pálida, me acompanha no quarto

entende minhas inquietações, sonha comigo

sonhos transgressores. Me vejo longe:

fuga contínua, tão necessária

sorriso desbravando horizontes.

Levo a jovial mochila,

dou passos firmes, ágeis: estou vivo!

(...)

mas é tarde para arrependimentos

demasiado tarde para estar acordado

devaneando sobre o que não será.

É irremediavelmente tarde, eu sei,

para transgredir as regras da vida.

É tarde, menino, até para sonhar.

Raphael Cerqueira Silva
Enviado por Raphael Cerqueira Silva em 25/06/2017
Reeditado em 10/05/2018
Código do texto: T6037140
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