É TARDE
outra noite, na solidão
faço planos mirabolantes: utopias.
Não sei se a noite está escura, se há luar...
a lâmpada, pálida, me acompanha no quarto
entende minhas inquietações, sonha comigo
sonhos transgressores. Me vejo longe:
fuga contínua, tão necessária
sorriso desbravando horizontes.
Levo a jovial mochila,
dou passos firmes, ágeis: estou vivo!
(...)
mas é tarde para arrependimentos
demasiado tarde para estar acordado
devaneando sobre o que não será.
É irremediavelmente tarde, eu sei,
para transgredir as regras da vida.
É tarde, menino, até para sonhar.