Uma única palavra




Tem dia que habita em mim, uma aparente alegria,
Mas por  dentro prevalece uma tristeza profunda
A qual eu já me acostumei.
Não me sinto dentro de uma realidade, sei.

Sou esboço de um sonho que aceitou ser um fim,
sou tatuagem apagada no próprio coração
sou do amor, uma coincidência ruim.

Numa única palavra que li, me fechei, sofri.

Tornei-me um presente sem passado,
quando li e entendi a sua intenção.
Sou uma tarde dessas, fria acinzentada
com um fundo musical duma triste canção,
Não sou feliz, essa é a minha impressão.

As minhas borboletas, para sempre mudaram de cor,
Vivo num jardim seco, triste, sem nenhuma flor.
Existe em mim muitas almas,
duas delas,
Eu consigo desenhar.
Uma,
raramente sonha, insiste em algo acreditar,
A outra
É muito triste, essa que eu não consigo matar.

 
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 20/05/2017
Código do texto: T6004426
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