Sartreano

Uma nuvem apenas

entre o solo

e o tecido de cetim do céu azul,

era amorfa.

Cruzava a abóbada do éter

o solar e distante amarelo-limão-meio-gema

estelar.

Calor...

Vento...

Sibilo dele nos tímpanos,

e sua carícia na pele

e a drapear as roupas,

flamulantes...

Tudo convida a uma festa,

já que há beleza na vida.

Mas acontece que medito

e preocupo-me

com a não existência,

e a possibilidade (liberdade?)

de adiantá-la.

Tudo lembra-me nada.