O Porto Fantasmagórico

Anotava a dança das águas. Pintava a luz da lua

em um quadro velho que, depois de preenchido,

de velho nada tinha. 

Sentia o calor do sol na pele e percebia o sentido 

da vida...]

Pensava o mundo em espelhos — imagens refletidas

de uma realidade ainda não vivida.

Os espelhos, às vezes, se quebravam. 

Mas a esperança, ah a esperança!, utopia disfarçada,

exasperava em encontrar alguém que pudesse 

restaurar a paz da realidade fantasma.

Louco? Não ainda. Conquistador dos mares e das terras

deste mundo!

Espelhando-se em águas salgadas — profundas — que

os barcos batem e levam as tristezas e alegrias no casco.

O homem é um ser estranho.

Fica esperando no porto a ajuda 

dum estranho.

É uma lagarta em constante transformação.

Aranha fazedora de teias da solidão.

João de barro construtor de um pavilhão.

Viajante, buscando a tão sonhada — religião.

dux Cheshire
Enviado por dux Cheshire em 26/04/2017
Reeditado em 27/04/2017
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